Atualmente é cada vez mais comum vermos crianças e adolescentes usando óculos. Um dos motivos é porque os pais e pediatras estão cada vez mais conscientes em relação à necessidade de uma consulta de rotina precoce com o oftalmologista, assim problemas que antes não eram detectados agora são diagnosticados mais facilmente. Sabemos que na maioria das vezes, por mais que uma criança apresente alguma alteração ou dificuldade visual, ela não sabe se expressar sobre isso e não se queixa para os pais.
Outro motivo é a geração mais interessada em tablets, celulares e computadores. Diversos estudos mostram que o excesso de atividade visual para perto pode antecipar o aparecimento ou mesmo acelerar a progressão de uma miopia pré-existente.
As principais alterações visuais em crianças são o que chamamos de erros refrativos: miopia, astigmatismo e hipermetropia. Conseguimos diagnosticar a presença de algum grau mesmo nos pequenos que ainda não informam. Durante a consulta, o oftalmologista dilata as pupilas da criança e consegue dizer com precisão o grau dos óculos.
Os erros refrativos podem ser tratados com o uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa, que é um procedimento em que laser é aplicado na córnea para corrigir o grau.
Crianças podem sim usar lentes de contato, independente da idade. Existem alguns casos específicos, como pacientes com catarata congênita, em que iniciamos o uso de lentes de contato ainda quando bebês. O que limita muitas vezes a indicação de lentes de contato em crianças são os cuidados que seu uso exige. A lente é um corpo estranho nos olhos e demanda vários cuidados de higiene e manuseio, que em geral são mais complicados na população infantil. O manuseio inadequado pode trazer complicações graves aos olhos, como infecções ou mesmo úlceras.
A partir do momento em que a criança ou adolescente apresente responsabilidade para manusear as lentes de contato, elas podem ser utilizadas. Lembrando que as lentes de contato devem sempre ser indicadas e adaptadas por um oftalmologista.
Apesar de existirem alguns estudos a respeito de cirurgia refrativa em crianças, este não é um procedimento de rotina. Acontece que a criança está em desenvolvimento e, inclusive seus olhos estão crescendo e se desenvolvendo.
O ideal é esperarmos o grau estabilizar para que pensemos em corrigi-lo e, em geral, isso ocorre somente após os 21 anos de idade. Se corrigirmos o grau antes de ele estar estável, há um risco muito grande de em poucos meses surgir algum grau novamente e a cirurgia refrativa não é um procedimento que deve ser repetido inúmeras vezes.
Todos os erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia) podem ser corrigidos com cirurgia a laser. No momento certo, quando a refração estiver estável, o oftalmologista vai solicitar vários exames para verificar a qualidade da córnea e decidir sobre a melhor técnica cirúrgica em cada caso (LASIK ou PRK).
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail