Bebê pode ter glaucoma?

Você já deve ter ouvido falar em algum vôzinho ou vozinha que faz tratamento para glaucoma. Mas, você sabia que essa grave alteração ocular também pode acometer bebês já nos primeiros meses de vida? É o que chamamos glaucoma congênito.
16 de março de 2020

Afinal, o que é glaucoma?

O glaucoma é uma das doenças oftalmológicas mais temidas. Muitas vezes silenciosa, causa o aumento na pressão ocular e leva à perda gradativa da visão. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível do mundo!

É mais comum em pessoas acima dos 40 anos, no entanto, crianças também podem manifestar a doença. Quando ela surge já nos primeiros meses de vida, chamamos de glaucoma congênito. Em cada dez mil bebês, um é portador de glaucoma congênito.

O glaucoma congênito é uma patologia pouco frequente com caráter hereditário, ou seja, se alguém na família apresenta a doença, há uma chance maior de o bebê manifestá-la também.

Ocorre um aumento da pressão intraocular do bebê. Ela pode ocorrer em um ou em ambos os olhos. Esse aumento da pressão ocular causa danos irreversíveis no nervo óptico, podendo levar à cegueira se não tratado a tempo!

E quais são os sintomas do glaucoma congênito?

  • Sensibilidade à claridade (fotofobia);
  • Lacrimejamento;
  • Olhos aumentados de tamanho (buftalmia);
  • Coloração azulada dos olhos.

E como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico precoce é extremamente importante para garantir um tratamento adequado desde o início. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores a chances de evitar a perda visual!

Nem sempre o teste do olhinho realizado quando o bebê nasce é capaz de levantar alguma suspeita em relação ao glaucoma, por isso é fundamental uma consulta de rotina com um oftalmopediatra já nos primeiros meses de vida, por mais que o bebê não apresente nenhum sintoma.

Na consulta, o oftalmopediatra irá dilatar as pupilas, avaliar a presença de algum erro refrativo (necessidade de óculos), avaliar o fundo de olho, a saúde do nervo óptico, a pressão intraocular, etc.

Em bebês e crianças nós oftalmopediatras conseguimos aferir a pressão intraocular com um equipamento moderno e não invasivo que não requer sedação nem colírios, o iCare. (foto)

Glaucoma congênito tem tratamento?

Caso o diagnóstico de glaucoma congênito seja feito, o tratamento deve ser precoce e, em geral, envolve cirurgia para melhorar a drenagem do líquido intraocular. Crianças com glaucoma necessitam de um acompanhamento frequente com o especialista em glaucoma e com o especialista em oftalmologia infantil.

Colírios também são prescritos para baixar a pressão ocular.

É muito comum que a criança apresente outras alterações oftalmológicas associadas (miopia, estrabismo, ambliopia, etc), e todas devem ser devidamente tratadas para garantir um desenvolvimento visual adequado. O especialista em glaucoma conduzirá a cirurgia e o oftalmopediatra será o médico responsável por prescrever óculos, quando necessário, avaliar a necessidade de uso de tampão ou estimulação visual.

O glaucoma é uma doença grave, mas a prevenção e o tratamento precoces são as melhores medidas para evitar que a criança carregue, para sempre, as dificuldades de uma séria deficiência visual.

Dra. Dayane Issaho

Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.

CRM-PR 27.045 / RQE 2874

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