Uma gravidez a termo dura em média 40 semanas (280 dias). Qualquer bebê que nasce entre as semanas 37 e 41 pode ser considerado de termo. Quando o bebê nasce antes desse período é considerado prematuro.
Bebês que nascem antes do tempo ideal estão mais susceptíveis a infecções, alterações neurológicas e alterações visuais. Os bebês prematuros, além de outras especialidades médicas, devem receber atenção especial do oftalmopediatra, pois problemas como estrabismo, erros refrativos (miopia, astigmatismo, hipermetropia), anisometropias e alterações retinianas são mais frequentes neste grupo.
A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença que ocorre nos vasos da retina, que não estão completamente desenvolvidos em bebês prematuros. O risco está presente principalmente em recém-nascidos com menos de 32 semanas de gestação e peso ao nascimento menor que 1500g.
O uso indiscriminado de oxigênio é um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de ROP. Todos os bebês com essas características devem passar por um exame oftalmológico com dilatação ocular entre a quarta e sexta semana de vida. Neste exame, o oftalmopediatra monitora o desenvolvimento da circulação retiniana. Os exames subsequentes vão depender dos achados do exame inicial.
Nessa fase o que ocorre é um crescimento desorganizado dos vasos que suprem a retina do prematuro, pois quando o bebê nasce, esses vasos ainda não estão completamente formados.
Felizmente na maioria das vezes os vasos acabam se desenvolvendo normalmente, sem maiores sequelas. No entanto, em alguns casos, esse desenvolvimento anormal dependendo do estágio e se não diagnosticado a tempo para tratamento adequado pode levar à cegueira.
As opções de tratamento hoje disponíveis dependem do estágio em que se encontra a doença. Nos estágios iniciais, apenas observamos e acompanhamos o desenvolvimento adequado dos vasos. Em estágios mais avançados, pode ser necessário laser ou injeções intraoculares de drogas que controlam o fator de crescimento vascular. Os casos mais graves, que apresentam descolamento de retina, necessitam de tratamento cirúrgico e possuem um prognóstico visual ruim.
Em geral, as crianças que necessitam de tratamento da retinopatia da prematuridade apresentam maior risco de desenvolver erros refracionais (especialmente alta miopia) e estrabismo, devendo ser acompanhadas rotineiramente pelo oftalmopediatra para detectar e corrigir precocemente qualquer alteração.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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