Síndrome do olho seco é mais frequente no inverno

Durante os meses de inverno, o clima mais frio e seco e o uso mais intenso de aquecedores pode trazer consequências para os olhos.
16 de julho de 2019

A síndrome do olho seco é uma alteração provocada pela redução da produção da lágrima ou alteração na sua qualidade, fazendo com que a lágrima evapore mais rápido. Muitas vezes, os sintomas são quase imperceptíveis, mas pode evoluir para danos mais sérios, comprometendo, e muito, a saúde ocular.

Para entendermos melhor essa doença, é necessário falar sobre o papel crucial que lágrima tem na saúde dos olhos. Ela é a responsável pela lubrificação, e olhos bem lubrificados facilitam o ato de piscar e evitam atrito das suas pálpebras com a córnea.

Além da lubrificação, a lágrima também protege os seus olhos, já que ela contém anticorpos e outras substâncias que atuam contra agentes externos. Ela também nutre e auxilia na oxigenação da córnea.

Quais os sintomas do olho seco?

Irritação, dor, vermelhidão, ardor, coceira, visão borrada e sensação de areia são alguns dos sintomas. É muito comum esses sintomas aparecem após o uso de aparelhos eletrônicos ou a permanência por muito tempo em ambientes com vento ou ar condicionado. Porém, como esses sintomas se aplicam à maioria das doenças oculares, ao sinal deles, procure um oftalmologista. Somente ele pode determinar o que está acontecendo com a sua visão e fornecer o tratamento correto.

Por que olho seco é mais frequente no inverno?

Em geral, temos um clima mais seco no inverno, o que facilita a evaporação da lágrima, principalmente quando esta não tem boa qualidade. Além disso, usamos mais aquecedores no inverno, o que torna o ar ambiente ainda mais seco!

Como tratamos a síndrome do olho seco?

Na maioria dos casos, os olhos secos podem ser tratados com sucesso, geralmente resultando em mais conforto, na diminuição dos sintomas e em uma visão nítida.

Como a síndrome pode ter diferentes causas, vários tipos de tratamento podem ser implantados.

– Lágrimas artificiais: existe uma gama de diferentes colírios lubrificantes que podem ser usados para aliviar os sintomas de secura ocular, e é seu oftalmologista quem vai te orientar sobre a melhor opção. Existem lágrimas artificiais de baixa viscosidade, que são mais “leves” e aquosas, geralmente fornecendo alívio rápido com pouca ou nenhuma distorção da visão quando aplicada. Mas, por na maioria das vezes terem efeito de curta duração, devem ser utilizadas com maior frequência para obter alívio. Existem ainda as lágrimas artificiais com alta viscosidade que são semelhantes a um gel e podem proporcionar uma lubrificação mais duradoura. Mas, podem causar uma significativa distorção na visão por vários minutos, imediatamente após a aplicação.

– Colírios anti-inflamatórios: quadros mais graves podem exigir esse tipo de medicação. Lágrimas artificiais geralmente não tratam adequadamente as alterações inflamatórias, por isso seu oftalmologista pode recomendar colírios anti-inflamatórios para controlar melhor a inflamação subjacente associada aos olhos secos. Esses colírios são geralmente usados ​​em curtos períodos e têm efeito imediato.

– Plugs lacrimais: ajudam a prolongar o tempo da lágrima na superfície do ocular nos casos de olho seco severo. Um plugue é um implante pequeno, feito de silicone, que é inserido em uma das pequenas aberturas dos pontos lacrimais, localizados no canto interno das pálpebras superiores e inferiores. Após essas aberturas terem sido ocluídas com o plug, a lágrima não pode ser drenada através desses dutos. Assim, o filme lacrimal permanece intacto por mais tempo na superfície ocular, aliviando os sintomas do olho seco.

– Controle ambiental: ingerir muito líquido e fazer uso de umidificadores de ambiente também auxiliam bastante na melhora dos sintomas de secura ocular.

– Aumento na ingestão de ômega 3: presente principalmente na linhaça dourada. O ômega 3 melhora a qualidade do filme lacrimal e é muito útil no tratamento de pessoas com síndrome do olho seco.

Se você sente algum desses sintomas, não deixe de agendar uma consulta com seu oftalmologista de confiança. Saiba mais aqui

Dr. Peter Ferenczy

Dr. Peter é formado pela Universidade Federal do Paraná e tem especialização em Oftalmologia pelo Hospital de Clínicas do Paraná. É mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo. Se aperfeiçoou no Brasil e no exterior em Cirurgia de Catarata a Laser e Cirurgia Refrativa. É colaborador do serviço de residência do Hospital de Olhos do Paraná, onde atua como médico preceptor e cirurgião. Dedica-se ao aperfeiçoamento científico estando atualizado na comunidade científica e participa dos maiores congressos na área.

CRM-PR 25.014 / RQE 17417

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