Você já levou seu pequeno ao oftalmologista? Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso esperar até a idade escolar para a primeira consulta oftalmológica. A criança está em desenvolvimento e, quanto antes tratada qualquer alteração, melhor!
O primeiro exame dos olhos é realizado pelo próprio pediatra ainda na maternidade: o teste do olhinho. Mas afinal, o que é o teste do olhinho? Também conhecido como teste do reflexo vermelho, é um exame de triagem, que detecta qualquer alteração que comprometa os meios transparentes do olho (como catarata, glaucoma congênito, tumores, inflamações, malformações, etc.). Esse teste não substitui uma consulta oftalmológica. Não é possível detectar pelo teste do olhinho, por exemplo, se o bebê vai precisar de óculos ou quantificar o quanto o bebê enxerga.
Recomendamos uma consulta de rotina ainda no primeiro ano de vida, idealmente nos primeiros 6 meses, mesmo que não haja queixa alguma. Os olhos são os órgãos que mais se desenvolvem no primeiro ano de vida. Já o desenvolvimento cerebral da visão ocorre até cerca de 7-8 anos de idade, por isso é importante que qualquer alteração visual seja detectada precocemente para permitir um desenvolvimento visual normal na criança.
Uma criança, por exemplo, que apresenta grau alto de hipermetropia ou astigmatismo, que é detectado perto dos 7 anos de idade, muitas vezes não alcança 100% de visão (chamado de 20/20 pelos oftalmologistas), mesmo que utilize os óculos de maneira adequada, pois faltou estímulo durante a fase de desenvolvimento cerebral da visão. Quando isso ocorre, chamamos de ambliopia ou visão preguiçosa.
Não tem problema! A criança não precisa contribuir em nada na consulta para que possamos diagnosticar qualquer alteração ou grau. O exame depende exclusivamente da experiência do oftalmologista. Existem meios de examinar e avaliar a acuidade visual mesmo de bebês, quando necessário. Conseguimos ainda avaliar o grau, o fundo de olho, a pressão ocular, tudo sem que a criança precise informar.
Alguns sinais e sintomas podem ser um alerta para alterações visuais. Uma criança que cai ou esbarra nas coisas com muita frequência, que pisca em excesso, que apresenta muita sensibilidade à claridade, que coça muito os olhos, que se aproxima demais para assistir televisão ou que se queixa com frequência de dor de cabeça pode estar com alguma alteração ocular. No entanto, na maioria das vezes, a criança não tem queixa alguma e é exatamente por isso que frisamos a importância de uma consulta de rotina com o oftalmopediatra no primeiro ano de vida.
Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 10% das crianças abaixo dos 4 anos de idade precisam de óculos. Esse número sobe para 20% naquelas até 10 anos e 30% nos adolescentes.
Os principais problemas visuais são os erros refrativos: miopia, astigmatismo e hipermetropia; que são corrigidos com o uso de óculos. Em crianças SEMPRE devemos dilatar as pupilas para avaliar o grau com precisão.
Outras alterações comuns são:
estrabismo: desvio dos olhos;
ambliopia: também conhecida como visão preguiçosa, muitas vezes requer tratamento com tampão ocular;
alergia ocular: se manifesta principalmente com vermelhidão e coceira nos olhos.
Diversas outras alterações podem estar presentes e, como já dito anteriormente, muitas delas são assintomáticas. Por isso, procure sempre a opinião de um oftalmopediatra!
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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