Crosslinking no tratamento do ceratocone

Para pacientes que possuem ceratocone, um procedimento vem se mostrando bastante promissor ao evitar a evolução da doença: o Crosslinking.
3 de junho de 2019

ceratocone é uma doença ocular progressiva, tipicamente diagnosticada durante a adolescência. Essa condição provoca uma alteração do meio transparente mais externo dos nossos olhos, a córnea, afetando a sua espessura e o seu formato. Isso provoca irregularidades na superfície corneana, que levam à miopia e ao astigmatismo. Nesse post vamos falar sobre o mais eficaz tratamento disponível para evitar a progressão do ceratocone: o crosslinking.

 

Por ser uma doença progressiva enquanto não tratada, o Ceratocone continua a alterar o formato da córnea, principalmente em jovens. Por este motivo ao surgimento de qualquer alteração na sua visão, procure um oftalmologista. Ele irá fornecer o tratamento correto de acordo com o estágio em que se encontra a doença.

 

Qual o tratamento do ceratocone?

O tratamento do ceratocone pode ser muito desafiador. Casos leves podem muitas vezes ser tratados simplesmente com óculos ou lentes de contato. Se o paciente optar pelas lentes de contato, as lentes rígidas são as de preferência, pois proporcionam mais conforto e melhoram a qualidade visual.

Caso a doença esteja em progressão, aplica-se o crosslinking de colágeno. Um tratamento eficaz que estabiliza o ceratocone e evita a evolução da doença. 

Em casos mais avançados, a córnea pode tornar-se tão fina e irregular que as lentes de contato não proporcionam uma visão adequada, sendo necessário um transplante de córnea. Este é um procedimento mais invasivo em que a córnea danificada é substituída por uma saudável.

 

O que é o Crosslinking?

O crosslinking é um procedimento ocular que enrijece a córnea enfraquecida pelo ceratocone. O objetivo do crosslinking é fortalecer as fibras da córnea para que ela seja capaz de manter a forma esférica adequada, de modo que a luz que entra nos olhos não sofra tanta distorção, proporcionando uma visão nítida. Com o aumento da resistência corneana, diminui-se sua elasticidade e com isso, reduz-se a chance de progressão do abaulamento corneano, responsável pelo alto astigmatismo e baixa da visão no ceratocone.

 

Como o crosslinking é realizado?

O procedimento é realizado em centro cirúrgico, com o paciente acordado e anestesia local (colírios). A primeira etapa é a raspagem da camada mais superficial da córnea (epitélio). Essa etapa é importante para permitir a melhor penetração da riboflavina (vitamina B12) dentro da córnea. Após isso, na segunda etapa, é pingado durante 30 minutos o colírio de riboflavina, até deixar a córnea cheia desta substância.

A riboflavina ou vitamina B12 possui afinidade pela luz ultravioleta, fazendo com que haja uma maior absorção da luz. Com isso, ocorre um efeito final desejado que é o fortalecimento das fibras de colágeno da córnea (tornando a córnea mais rígida e “forte”) que evita a progressão do ceratocone.

Ao término do procedimento, uma lente de contato é colocada sobre a córnea com função de curativo. Ela vai além de proteger o local, aliviar o desconforto que pode ocorrer na primeira semana.

 

Quais são os riscos do crosslinking?

Em geral, esse procedimento é muito seguro e os riscos são baixos, mas você deve ter tempo e cuidado para se recuperar. É importante seguir as recomendações médicas, especialmente quanto ao uso dos colírios de antibiótico e anti-inflamatório nas primeiras semanas após o procedimento.

Este tratamento é recomendado para pacientes cujos exames da córnea evidenciam a progressão do ceratocone, ou aqueles considerados casos graves da doença. Para se realizar o procedimento, é necessária uma avaliação específica com o oftalmologista para identificar se haverá benefício com esse tratamento.

Dr. Peter Ferenczy

Dr. Peter é formado pela Universidade Federal do Paraná e tem especialização em Oftalmologia pelo Hospital de Clínicas do Paraná. É mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo. Se aperfeiçoou no Brasil e no exterior em Cirurgia de Catarata a Laser e Cirurgia Refrativa. É colaborador do serviço de residência do Hospital de Olhos do Paraná, onde atua como médico preceptor e cirurgião. Dedica-se ao aperfeiçoamento científico estando atualizado na comunidade científica e participa dos maiores congressos na área.

CRM-PR 25.014 / RQE 17417

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