Crosslinking e Ceratocone

30 de julho de 2018
crosslinking

Para pacientes que possuem ceratocone, um enfraquecimento progressivo da córnea que pode resultar em perda visual significativa, um método cirúrgico vem se mostrando bastante promissor, podendo evitar a evolução da doença: é o Crosslinking.

Ceratocone

A córnea é um tecido transparente, fino e resistente localizado na parte anterior do olho. Ela tem a função de focar a luz através da pupila para a retina, como se fosse uma lente fixa. O ceratocone é um afinamento lento e progressivo da córnea que causa visão turva. O ceratocone não causa cegueira, mas em alguns casos mais graves, pode ser necessário o transplante de córnea. Essa condição é frequentemente encontrada em pacientes com dermatite crônica e outras condições alérgicas. Somente o médico oftalmologista, a partir de um exame oftalmológico completo e com auxílio de uma topografia de córnea, consegue diagnosticar o ceratocone.

Tratamento do Ceratocone

O tratamento do ceratocone pode ser muito desafiador. Casos leves podem às vezes ser tratados simplesmente com óculos ou lentes de contato. Em casos mais graves, a córnea pode tornar-se tão fina e irregular que as lentes de contato não proporcionam uma visão adequada, sendo necessário um transplante de córnea. Este é um procedimento mais invasivo em que a córnea danificada é substituída por uma saudável.

Apesar disso, um procedimento chamado crosslinking tem se mostrado eficiente para estabilizar a progressão do dano na córnea na maioria dos casos de ceratocone.

O que é o Crosslinking?

O crosslinking é um procedimento ocular que enrijece a córnea enfraquecida devido ao ceratocone. O objetivo do crosslinking é fortalecer as fibras da córnea para que ela seja capaz de manter a forma esférica adequada, de modo que a luz que entra nos olhos tenha uma chance melhor de chegar diretamente na retina, proporcionando uma visão mais clara. Com o aumento da resistência corneana, diminui-se a elasticidade da córnea e com isso, reduz-se a chance de progressão do abaulamento corneano, responsável pelo alto astigmatismo e baixa da visão provocados pelo ceratocone.

Como o crosslinking é realizado?

O procedimento é realizado em ambiente cirúrgico, com o paciente acordado e anestesia local. A primeira etapa é a raspagem da camada mais superficial da córnea (epitélio). Essa etapa é importante para permitir a melhor penetração da riboflavina (vitamina B12) dentro da córnea. Após isso, na segunda etapa, é pingado durante 30 minutos o colírio de riboflavina, até deixar a córnea cheia desta substância.

A riboflavina ou vitamina B12 possui afinidade pela luz ultravioleta, fazendo com que haja uma maior absorção no estroma da córnea da luz. Com isso, permite um efeito final desejado que é o fortalecimento das fibras de colágeno da córnea (tornando a córnea mais rígida e “congelada”) com o intuito de evitar a progressão do ceratocone.

Quais são os riscos do crosslinking?

Em geral, esse procedimento é muito seguro, mas você deve ter tempo para se recuperar, evitando complicações decorrentes da falta de cuidado.

Este tratamento é recomendado para pacientes cujos exames da córnea mostram evidência de progressão do ceratocone, ou aqueles considerados casos graves da doença. Para se realizar o procedimento, é necessária uma avaliação específica com o especialista para identificar os pacientes que poderão apresentar maior benefício com o tratamento.

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