Com certeza você já teve sensação de estar com um corpo estranho no olho. De repente, surge um incômodo diferente ao fazer movimentos como piscar ou olhar para os lados.
Sabe quando alguém diz que está com um “cisco” nos olhos? Apesar de essa ser uma situação bem comum, é preciso ter muito cuidado para não acabar prejudicando a visão. Manter a calma e não tomar medidas impulsivas é o primeiro passo para evitar qualquer complicação!
A córnea, parte mais externa situada em frente à íris (parte colorida dos olhos), é cerca de 300 vezes mais sensível que a pele. Ou seja, existem cerca de 300 vezes mais terminações nervosas nela do que na derme. Por isso sentimos tanto desconforto quando um cisco entra em nossos olhos.
A primeira coisa a se fazer quando algo entra nos olhos é lavá-los com água. Fechar as pálpebras alivia a dor. Cada vez que piscamos, nossa pálpebra “varre” a superfície ocular. Se algum corpo estranho está alojado nela, cada movimento de piscar causa dor devido ao atrito causado entre pálpebra e córnea machucada. Por isso, ocluir os olhos melhora muito o desconforto.
Essas medidas, associadas ao uso de um colírio lubrificante, resolve a maioria dos casos.
Se um fragmento de corpo estranho entrar nos olhos, mantenha a calma. Não tente remover fragmentos ou realizar qualquer tipo de tratamento, pois você pode agravar o quadro. A manipulação pode aumentar e aprofundar a lesão, a pessoa pode estar com uma perfuração ocular, por exemplo. Essas medidas específicas devem ser realizadas pelo oftalmologista.
Se nada disso resolver e você ainda sentir irritação ou desconforto, busque imediatamente por uma avaliação oftalmológica!
O oftalmologista vai pingar um colírio anestésico e fazer uma avaliação mais aprofundada com um microscópio (lâmpada de fenda). Assim, ele poderá definir qual o melhor método de remover a partícula e se há necessidade de iniciar algum tratamento.
Algumas atividades e profissões oferecem mais risco de acidentes com os olhos.
O uso excessivo de solda sem proteção, por exemplo, pode causar uma lesão térmica da córnea por radiação e traz muito desconforto, é como se houvesse areia nos olhos, e muita sensibilidade à claridade.
As atividades com risco de fagulhas, como marcenaria, carpintaria, pintura automotiva, serralheria e vidraçaria, merecem atenção diferenciada. Pedaços superficiais que atinjam os olhos podem ser removidos no consultório com colírio anestésico. Se profundos, seu médico vai indicar a melhor forma de remoção, de acordo com as características do exame.
Jardinagem traz risco (além dos mencionados acima) de infecção por fungos. Lembre-se que as plantas estão em ambiente externo e a associação de micro-organismos e fungos é frequente.
A alvenaria pode causar acidentes graves. Material de reboco, gesso, cimento e argamassas contém cal, produto extremamente nocivo aos tecidos oculares. Qualquer incidente com ele causa lesões sérias que podem levar à cegueira.
Por isso, lembre-se: nessas atividades, sempre use óculos de proteção! Caso sofra qualquer acidente, lave com água abundante e procure um oftalmologista o quanto antes!
Dr. Peter é formado pela Universidade Federal do Paraná e tem especialização em Oftalmologia pelo Hospital de Clínicas do Paraná. É mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo. Se aperfeiçoou no Brasil e no exterior em Cirurgia de Catarata a Laser e Cirurgia Refrativa. É colaborador do serviço de residência do Hospital de Olhos do Paraná, onde atua como médico preceptor e cirurgião. Dedica-se ao aperfeiçoamento científico estando atualizado na comunidade científica e participa dos maiores congressos na área.
CRM-PR 25.014 / RQE 17417
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