Existem atualmente vários tratamentos disponíveis para o estrabismo, e o tipo de tratamento vai depender da causa do desvio, do tamanho e frequência com que os olhos desviam e, muitas vezes da idade do paciente e associação de outros sintomas, como visão dupla (diplopia) ou risco de visão preguiçosa (ambliopia).
Afinal, quais os principais tratamentos disponíveis para o estrabismo?
É muito frequente crianças que apresentam estrabismo terem que usar tampão ocular. Você sabe qual a função do tampão?
Ao contrário do que muitos pensam, ocluir um dos olhinhos, não é para forçar a musculatura do olho e sim para forçar e estimular a visão da criança. Crianças com estrabismo apresentam um risco muito grande de desenvolver o que chamamos de ambliopia, ou visão preguiçosa. O fato de um dos olhinhos ficar desviando constantemente faz com que o cérebro das crianças abaixo dos 8 anos entenda que há algo errado, cada olhinho está focando uma imagem diferente. Como um mecanismo de proteção para que a criança não tenha visão dupla, o cérebro que está em desenvolvimento começa a “borrar” a visão do olhinho torto, e a visão desse olho começa a ficar preguiçosa.
Quando colocamos o tampão no olho bom por algumas horas todos os dias, passamos a estimular a visão do olho preguiçoso e tratamos assim a ambliopia provocada pelo estrabismo.
Você sabia que alguns tipos de desvio ocular podem ser tratados com o uso de óculos? São os chamados estrabismos acomodativos. Algumas crianças, ou mesmo adolescentes e adultos, quando possuem hipermetropia (grau que dificulta a visão de perto), podem começar a forçar a visão para conseguir focar. Esse esforço por causa da hipermetropia pode ser a tal ponto que os olhos começam a desviar para dentro (estrabismo convergente). Nesses casos, o uso de óculos evita qualquer esforço visual, a musculatura ocular fica relaxada e, quando o paciente está de óculos os olhos não desviam. Quando as lentes são retiradas, os olhos voltam a forçar e consequentemente a desviar.
O tratamento do estrabismo acomodativo se dá pelo uso contínuo de óculos, lentes de contato ou pela cirurgia refrativa, que é o procedimento a laser que vai corrigir a hipermetropia.
A maioria dos estrabismos vai necessitar de correção com cirurgia.
Na cirurgia de estrabismo, nós reposicionamos a musculatura extraocular, fortalecendo ou enfraquecendo o músculo, dependendo do tipo do desvio.
A cirurgia de estrabismo é considerada hoje em dia um procedimento bastante seguro. Em crianças, fazemos sob anestesia geral e em adultos com anestesia local e sedação. A cirurgia pode durar de 30 a 60 minutos e o paciente recebe alta no mesmo dia.
Atualmente existe uma técnica cirúrgica conhecida como técnica fórnice ou cirurgia de estrabismo minimamente invasiva, através da qual a cirurgia é realizada com mínimas incisões que ficam escondidas sob as pálpebras. Essa técnica é disponibilizada em alguns poucos centros de oftalmologia no Brasil, sendo o Hospital de Olhos do Paraná em Curitiba, um deles. Além de as incisões serem menores e mais discretas, a técnica minimamente invasiva é muito mais confortável para o paciente nas primeiras semanas de pós-operatório, reduzindo a reação inflamatória e causando menos desconforto com os pontos. Ela pode ser realizada em pacientes com até 40 anos de idade.
Essas são as 3 principais modalidades de tratamento do estrabismo. Alguns tipos de desvio podem necessitar de outras abordagens, como uso de óculos com prisma, exercícios ortópticos ou injeção de toxina botulínica.
A decisão por qual tratamento será definida pelo oftalmologista especialista em estrabismo, que após um exame oftalmológico completo estará apto a indicar o tratamento mais eficaz para cada caso.
O site do Centro Brasileiro de Estrabismo (CBE) disponibiliza a relação de todos os especialistas em estrabismo do país. Assim, fica mais fácil de encontrar um profissional capacitado perto de você!
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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