Retinoblastoma: Tipos, diagnóstico e tratamento

22 de setembro de 2016
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O retinoblastoma é o tipo mais comum de câncer ocular em crianças e pode acometer um ou ambos os olhos. Em geral, acomete crianças menores de 4 anos, sendo muito mais frequente antes dos 2 anos de idade.

O tumor se inicia a partir de uma proliferação exagerada das células da retina, devida a uma mutação em um gene chamado Rb ou Rb1. Dependendo de quando e onde ocorre essa mutação, podem surgir 2 tipos de retinoblastoma:

Retinoblastoma hereditário (forma familiar)

A mutação é herdada de pais afetados e está presente em todas as células do corpo, isso inclui todas as células das retinas de ambos os olhos. Nesses casos, quase 95% das crianças podem desenvolver o tumor e quase 90% dos casos são bilaterais. Os casos hereditários tendem a ser diagnosticados mais cedo e, em geral, quando há casos na família, as crianças são examinadas desde o nascimento em busca do tumor.

Retinoblastoma esporádico não hereditário

Corresponde a cerca de 60% dos casos. Acomete apenas um dos olhos e não há chance de transmissão da mutação aos descendentes. O diagnóstico dos casos unilaterais geralmente é um pouco mais tardio e a suspeita começa a surgir quando a família percebe alterações no olho do bebê, como alteração do reflexo vermelho nas fotos (leucocoria), estrabismo, alteração na cor dos olhos, sangramento ocular, etc.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pelo oftalmologista a partir de um exame do fundo de olho sob dilatação da pupila. São solicitados exames complementares, como ultrassonografia ocular e ressonância magnética. É fundamental o acompanhamento conjunto com um oncologista pediátrico e um geneticista para aconselhamento genético.

O retinoblastoma é um tumor agressivo que, se não tratado, pode evoluir rapidamente e destruir completamente a estrutura ocular. Em estágios mais avançados, pode produzir metástases e se espalhar para outros órgãos, como fígado, medula óssea, ossos, etc.

Tratamento

O tratamento do tumor depende do estágio da doença. As opções de tratamento incluem:

  • Fotocoagulação à laser;
  • Braquiterapia: consiste em uma radioterapia próxima ao tumor;
  • Crioterapia: consiste em congelar o tumor;
  • Radioterapia;
  • Enucleação: consiste na retirada do globo ocular. É realizada somente em caso de tumores muito grandes e ausência de visão no olho comprometido;
  • Quimioterapia.

O retinoblastoma é um tumor que, se diagnosticado precocemente, tem um grande potencial de cura e sobrevida com boa qualidade visual. Muitas vezes pode ser detectado pelo teste do olhinho (teste do reflexo vermelho), que deve ser repetido pelo pediatra em todas as consultas de puericultura. De qualquer forma, é fundamental a avaliação de rotina em TODAS as crianças no primeiro ano de vida, idealmente nos primeiros 6 meses, por um oftalmologista pediátrico.

Dra. Dayane Issaho

Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.

CRM-PR 27.045 / RQE 2874

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