O exame dos olhos é diferente em crianças e adultos, e isso ocorre não somente por uma questão de colaboração e entendimento, mas também pela anatomia e maturidade do sistema visual.
Existem algumas etapas importantes do exame oftalmológico infantil que exigem que as pupilas estejam dilatadas. A refração, que é o exame que detecta se a criança apresenta algum erro refrativo que requeira correção com óculos, é uma delas. Em crianças e bebês, a musculatura intraocular é muito forte e, para avaliar precisamente qualquer grau existente (miopia, astigmatismo ou hipermetropia), as pupilas devem ser dilatadas. Os colírios dilatadores relaxam a musculatura intraocular e impedem que durante o exame a criança esteja acomodando e compensando o erro refrativo. Utilizamos para o exame uma régua de esquiascopia ou lentes isoladas com poderes diferentes. A partir do reflexo da retina observado por essas lentes, podemos determinar, com precisão, o grau, mesmo que a criança não informe.
O mapeamento de retina é outra etapa do exame que exige pupilas dilatadas. Neste exame, a retina é avaliada em toda sua extensão, até a periferia, e conseguimos diagnosticar alterações do fundo de olho como distrofias, alterações do nervo óptico, presença de cicatrizes, sinais de inflamação ou glaucoma.
Os colírios, como já dito, têm a função de dilatar as pupilas. Utilizamos 3 colírios: um anestésico e os outros 2 com função de relaxar o músculo intraocular responsável pela acomodação, que é muito forte nas crianças. Assim, conseguimos avaliar com precisão o fundo do olho e a presença de erro refracional que necessite prescrição de óculos.
A visão fica embaçada para perto e a pupila dilatada por um período de 6 a 8 horas, mas, em alguns casos, pode durar mais, dependendo das características de cada paciente, como cor dos olhos e sensibilidade aos colírios.
Embaçamento visual para perto e sensibilidade à luz são os principais efeitos. Alergias e outros efeitos são raros.
Entendeu o porquê de a dilatação pupilar ser tão importante no exame dos pequenos? Qualquer alteração visual que não for detectada e corrigida ainda na infância (e quanto mais cedo, melhor), pode levar a prejuízos permanentes da visão. Por isso o exame oftalmológico de rotina deve ser realizado já no primeiro ano de vida e, de preferência, por um profissional voltado ao atendimento infantil.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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