As lentes de contato provavelmente parecem uma invenção recente, certo? É verdade que eles só se tornaram populares nas últimas décadas, mas você pode se surpreender ao saber que o conceito da lente de contato foi concebido há mais de 500 anos.
Antes que os avanços tecnológicos tornassem possíveis as lentes de contato, pensadores como Leonardo Da Vinci e René Descartes experimentaram o poder de refração da água. Por volta do ano 1500, ao considerar como corrigir os erros de refração que causam dificuldades na visão, Da Vinci produziu esboços propondo uma possível solução para o problema.
Ele demonstrou que enxergar através do fundo de uma tigela de vidro cheia de água poderia ajudar a corrigir o problema. Embora molhar o rosto em uma tigela de água seja uma forma claramente impraticável de fazer as coisas, seu método reconheceu a necessidade das lentes entrarem em contato com os olhos.
O filósofo francês René Descartes desenvolveu este conceito em um ensaio, onde discutiu os efeitos do uso de um tubo de ensaio cheio de água para obter um resultado semelhante ao de Da Vinci.
Descartes também apontou como a água só precisava tocar a córnea, ao invés de todo o olho, para corrigir a visão. Sua ideia de usar um tubo de ensaio em uma bacia inteira de água era mais simples do que sugeriu Da Vinci, embora ainda não fosse uma solução perfeitamente prática.
Em 1827, o cientista britânico Sir John Herschel introduziu a ideia de que a criação de um molde da córnea ajudaria a produzir lentes que pudessem corrigir a visão. Infelizmente, a tecnologia da época não possibilitou a prática de sua teoria, que só foi testada no início do século 20.
Na década de 1880, quando as tecnologias de produção de vidro tornaram as lentes finas possíveis pela primeira vez, Dr. Adolf Fick fabricou a primeira lente de contato bem-sucedida. Essas lentes eram grossas e pesadas, no entanto, cobriam totalmente os olhos.
Como eram feitas inteiramente de vidro, não permitiam que o oxigênio suficiente chegasse ao olho, sufocando-as e gerando intensa dor após algumas horas de uso.
As lentes de contato nunca poderiam ter se tornado práticas o suficiente para atrair os usuários de óculos se não fosse pela invenção do plástico, que permitiu que as lentes ficassem mais leves e mais duráveis. Entre os anos 1920 e 1930, os avanços nesses materiais permitiram que a teoria de Herschel se tornasse uma realidade através de dois cientistas húngaros, Dr. Dallos e Istvan Komàromy.
No entanto, as lentes desenvolvidas pela dupla ainda cobriam todo o olho e em 1948, um técnico inglês chamado Kevin Touhy descobriu que as lentes ainda funcionavam mesmo cobrindo uma área de superfície muito menor. Mais algumas melhorias logo se seguiram, tornando as lentes duras muito finas, moldadas nos olhos e mais confortáveis.
Nas duas décadas seguintes, hidrogéis (plásticos mais flexíveis) foram desenvolvidos. Em 1971, as primeiras lentes de contato gelatinosas ganharam a aprovação do FDA e chegaram ao mercado.
Hoje, as lentes de contato são criadas para se adequar exclusivamente ao usuário em laboratórios de última geração. Eles fornecem uma alternativa quando os óculos não são práticos e ajudam a corrigir uma ampla gama de problemas de visão.
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