Uma nova pesquisa desenvolvida pela Dra. Dayane Issaho ganhou destaque internacional no meio científico.
A médica, que atua no Hospital de Olhos do Paraná, e é oftalmopediatra e especialista em estrabismo pela Universidade Federal de São Paulo e UT Southwestern, Dallas (EUA), desenvolveu a pesquisa juntamente com os co-autores Drs. Fábio Ramos de Souza Carvalho, Márcia Keiko Uyeno Tabuse, Linda Christian Carrijo-Carvalho, Geraldo de Barros Ribeiro e Denise de Freitas. O estudo traz novidades em relação à origem genética do estrabismo convergente congênito. Clique aqui, para ler o trabalho na íntegra.
Publicado na Biomedical Journal of Scientific and Technical Research, o estudo faz parte de seu projeto no Doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais. Como método, foi realizada uma análise genética de crianças com estrabismo convergente congênito. No grupo estudado havia ainda duas famílias com gemelares do sexo feminino e trigêmeos com estrabismo.
Os autores encontraram um padrão de herança genética no tipo de estrabismo estudado, com manifestações na primeira, segunda e terceira gerações. Ainda destacaram a possibilidade de envolvimento do gene AHI1 na patologia do estrabismo convergente em crianças.
A Dra. Dayane Issaho destaca que a esotropia infantil (estrabismo convergente) pode trazer sérias repercussões visuais à criança. Seu tratamento é cirúrgico e deve ocorrer precocemente para garantir um desenvolvimento visual adequado. A oftalmopediatra afirma ainda que não existem evidências na literatura dos genes envolvidos e possíveis mutações que levem a esse tipo de estrabismo.
Sabe-se, no entanto, que se trata de uma herança complexa. Investir em ciência básica, como estudos genéticos, é muito importante para identificar as potenciais mutações, especialmente porque a ciência tem focado cada vez mais na terapia genética para diversas patologias.
A esotropia infantil ou congênita é um desvio convergente de grande ângulo com início antes dos 6 meses de idade em crianças neurologicamente normais.
A prevalência do estrabismo convergente na população é de aproximadamente 1%, enquanto a prevalência de esotropia infantil relatada no parto é de 27 por 10.000 nascidos vivos. Crianças que desenvolvem esotropia infantil começam com aproximadamente 4 meses de idade. Sua origem é uma fonte de controvérsia e continua desconhecida. Por isso a importância deste estudo genético.
A maioria dos investigadores concorda que a intervenção cirúrgica precoce melhora os resultados motores e sensoriais, mesmo que uma nova abordagem cirúrgica seja comum e que os resultados binoculares (possibilidade de visão 3D) possam ser pobres.
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