Os olhos estão entre os órgãos mais frágeis e sensíveis do nosso corpo. Imagine, por exemplo um momento de tranquilidade sendo interrompido por um cisco nos olhos. Além do incômodo causado, o objeto estranho gera preocupação e irritação com a coceira, lacrimejamento e vermelhidão. Agora imagine algo mais sério, como levar uma bolada no rosto, ter um líquido estranho derramado nos olhos ou tê-los perfurados. Todas essas situações são traumas oculares e devem ser tratadas com urgência! Ajudar uma pessoa que sofreu um trauma nos olhos pode parecer inicialmente uma tarefa difícil e desesperadora, mas os primeiros socorros são fundamentais para diminuir as complicações que podem ameaçar a visão.
A maioria dos acidentes ocorre dentro de casa e principalmente em crianças! Durante o lazer e a prática esportiva, podemos observar acidentes de gravidade variada, sendo que, no Brasil, a modalidade mais envolvida é o futebol.
De forma rápida e direta, o trauma ocular é uma lesão sofrida na visão. A maioria dos casos ocorre acidentalmente e necessita de tratamento imediato. As causas podem ser:
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 2 milhões de pessoas ficam cegas no mundo em decorrência dos danos causados por traumas oculares.
Por este motivo, é de extrema importância buscar tratamento o mais rápido possível – de preferência em um oftalmologista mas, caso não consiga, o pronto-socorro mais próximo é uma alternativa.
Durante o tratamento será avaliada a extensão da lesão ocular e o seu grau de risco para a visão.
Fragmentos – se um fragmento de corpo estranho entrar nos olhos, o primeiro passo é acalmar a pessoa. Não tente remover fragmentos ou realizar qualquer tipo de tratamento, pois você pode agravar o quadro. A manipulação pode aumentar e aprofundar a lesão, a pessoa pode estar com uma perfuração ocular. Essas medidas específicas devem ser realizadas pelo oftalmologista.
Produtos químicos – O mais importante em acidentes envolvendo contato com produtos químicos (de limpeza, tintas, combustível, etc.) é tentar minimizar o tempo de exposição do olho ao produto, lavando com água corrente contínua e abundantemente, por pelo menos 15 minutos. Caso a pessoa seja usuária de lentes de contato, as mesmas devem ser retiradas imediatamente, para facilitar a lavagem e aumentar sua eficácia. Em seguida, procure um oftalmologista para avaliação das lesões e tratamento adequado.
Corpo estranho – Caso o trauma envolva a presença de corpo estranho na superfície ocular (poeira, areia, cílios, etc.), deve-se evitar esfregar os olhos. Caso o corpo estranho esteja móvel, é preciso lavar as mãos com água e sabão e mover a pálpebra superior sobre a pálpebra inferior para estimular o lacrimejamento e, assim, provocar o deslocamento do corpo estranho até sua saída. Colírios lubrificantes também podem ajudar. Se o corpo estranho estiver aderido na região das pálpebras, pode-se tentar removê-lo com auxílio de cotonete. Contudo, se o corpo estranho não se deslocar com o piscar, não se tente removê-lo, e procure um atendimento de emergência para o oftalmologista fazer a remoção segura.
Trauma contuso – traumas contusos envolvem quedas, traumas durante esportes, etc. Podem provocar diferentes tipos de lesões, que vão desde hemorragias conjuntivais até descolamento de retina. Nesses casos, compressas geladas ajudam a aliviar o desconforto imediato, mas um oftalmologista deve ser consultado para que um exame de mapeamento de retina seja realizado.
Apesar de parecerem complicados e perigosos, os traumas oculares, quando tratados ainda no início, podem ser resolvidos e dificilmente vão deixar alguma sequela no paciente. Porém, o oftalmologista sempre deve ser procurado, já que casos mais graves, como queimaduras oculares e perfurações podem trazer consequências permanentes à visão.
Dr. Peter é formado pela Universidade Federal do Paraná e tem especialização em Oftalmologia pelo Hospital de Clínicas do Paraná. É mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo. Se aperfeiçoou no Brasil e no exterior em Cirurgia de Catarata a Laser e Cirurgia Refrativa. É colaborador do serviço de residência do Hospital de Olhos do Paraná, onde atua como médico preceptor e cirurgião. Dedica-se ao aperfeiçoamento científico estando atualizado na comunidade científica e participa dos maiores congressos na área.
CRM-PR 25.014 / RQE 17417
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail