A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um parasita (Toxoplasma Gondii) encontrado nas fezes de felinos. Por esse motivo também é conhecida como “doença do gato”. Esse parasita que pode ser transmitido não só pelas fezes do gato, mas pelo solo, água contaminada, carnes e alimentos crus (por isso as gestantes que nunca tiveram contato devem evitar comer vegetais crus e salada fora de casa).
A infecção por toxoplasmose pode causar desde sintomas semelhantes aos de um quadro gripal ou até infecções mais graves, afetando o sistema nervoso central. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintoma algum! Mas, fato é que, enquanto para muitos adultos, a infecção por esse parasita pode ser bem indolente, para crianças nascidas de mães infectadas e para pessoas com o sistema imunológico comprometido, a toxoplasmose pode causar complicações sérias.
As infecções congênitas intrauterinas, como a toxoplasmose, podem ser transmitidas ao bebê na gestação e acometer vários órgãos, especialmente os olhos. É por isso que é tão importante a realização de exames de sorologias que devem ser repetidos em todo pré-natal. Geralmente, quando a mãe já foi exposta ao Toxoplasma gondii ou já teve a doença, ela desenvolve anticorpos que protegem a criança. Do contrário ficam suscetíveis e devem realizar um acompanhamento rígido durante a gravidez.
O Toxoplasma gondii é transmitido pela da placenta em qualquer fase da gestação, mas os danos são maiores se a infecção ocorrer no primeiro trimestre, quando os órgãos do feto estão se desenvolvendo. As principais consequências ao bebê são alterações neurológicas, levando a um atraso mental, e alterações oculares. Quando o parasita se aloja na retina, provoca lesões recorrentes e, inclusive, pode levar à cegueira. Se o quadro de uveíte (doença inflamatória dos olhos) não for diagnosticado e tratado a tempo, os danos à visão podem ser irreversíveis!
O acompanhamento pré-natal é fundamental para reduzir as chances de manifestação da doença. Se a gestante teve toxoplasmose bem antes de engravidar, provavelmente já desenvolveu anticorpos contra o parasita da toxoplasmose. Sendo assim, o risco de infectar o bebê é praticamente nulo. No entanto, se a infecção foi adquirida durante a gravidez, a doença pode ser transmitida para o bebê – aumentando os riscos de um aborto espontâneo, atraso de desenvolvimento, epilepsia, lesões cerebrais, surdez e, como já mencionado, até mesmo cegueira.
Diante de um quadro infeccioso na gestação, a paciente iniciará o tratamento e o bebê ao nascer deverá passar por uma série de exames e acompanhamento rotineiro com oftalmopediatra. Um controle muito rígido com exames de mapeamento de retina com dilatação das pupilas deve ser realizado com frequência, já que os sintomas oculares podem aparecer meses após o nascimento.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail