O que é nistagmo?

Nistagmo são movimentos involuntários dos olhos que ocorrem repetidamente, como um tremor. Pode ocorrer na direção horizontal, vertical ou em sentido rotatório.

Esses movimentos podem ser congênitos, quando o bebê já apresenta as oscilações oculares desde as primeiras semanas, ou podem ser adquiridos durante a vida. Geralmente, o nistagmo adquirido ocorre após os 6 meses e pode ter várias causas, podendo estar associado a condições médicas mais graves, o que exige uma investigação mais aprofundada.

Quais condições podem estar associadas ao nistagmo?

Na infância, o nistagmo pode estar associado a alterações oculares, como catarata congênita, glaucoma, patologias da retina, alterações do nervo óptico, aniridia, colobomas (que são falhas congênitas de fechamento dos tecidos oculares), erros refrativos muito altos, baixa visual importante, etc.

Também está frequentemente presente em pessoas com albinismo, síndrome de Down, síndrome alcoólica fetal, deficiência de vitamina B12, excesso de álcool, após traumatismo craniano, labirintite, AVC (acidente vascular cerebral), entre outras.

Nistagmo pode ser hereditário?

O nistagmo pode ser hereditário, algumas vezes com uma forte história familiar. Vários padrões de transmissão genética já foram observados, e a gravidade do nistagmo pode variar entre os membros da família envolvidos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico. Muitas vezes é percebido pelos próprios pais ou pelo paciente. O oftalmologista identificará o tremor dos olhos e, dependendo da idade de aparecimento e condições clínicas do paciente, poderá solicitar exames de imagem (como ressonância magnética) e uma avaliação com o neurologista.

Como o nistagmo adquirido pode estar associado a condições mais sérias, é fundamental a investigação da causa a partir de exames de imagem do cérebro.

Como pode afetar a visão?

O comprometimento visual de uma pessoa com nistagmo é muito variável. Depende não só se há outras alterações oculares ou neurológicas associadas, mas também da frequência das oscilações. Algumas pessoas podem ter uma redução leve e outras mais severa da acuidade visual, mas, em geral, ocorre sim algum comprometimento da acuidade visual.

Crianças com nistagmo congênito podem ter uma visão semelhante à de outras crianças, porém um pouco mais borrada. Já adultos com nistagmo adquirido, tipicamente enxergam um “mundo tremido”.

Existe tratamento?

Quando há erros refrativos (miopia, hipermetropia ou astigmatismo) associados, esses devem ser corrigidos com óculos ou, preferencialmente, lentes de contato.

Existem algumas medicações que agem no sistema nervoso central, mas seu uso é limitado devido aos efeitos colaterais.

A cirurgia pode ser uma opção em alguns casos selecionados e objetiva eliminação do torcicolo, muitas vezes associado ao nistagmo. Realiza-se a cirurgia proposta por Kestenbaum de mudança na posição dos quatro músculos retos horizontais dos olhos.

Recentemente, tem-se proposto também o uso de toxina botulínica nos músculos extraoculares, que pode auxiliar em alguns casos, mas ainda não há resultados consistentes.