Enxaqueca ocular ou oftálmica é o termo usado para se referir a alguns subtipos de enxaqueca, caracterizados por uma variedade de alterações na visão, incluindo perda do campo visual, aparecimento de pontos cintilantes intermitentes e distorção das imagens.
Ao contrário de outras formas de enxaqueca, elas podem ocorrer sem a presença de qualquer dor de cabeça e não é raro que um único paciente tenha uma ampla gama de sintomas visuais.
A enxaqueca com aura interfere na visão e apresenta sintomas como flashes de luz, pontos cegos e outros pequenos problemas de visão que desaparecem após um curto período. Embora os sintomas mais significativos sejam as falhas visuais, a aura também pode afetar outros sentidos e interferir na fala, nas habilidades motoras ou em outras áreas do sistema nervoso central, como gerar distorções relacionadas a tamanho ou espaço. Essa enxaqueca pode ocorrer com a presença ou não de dor de cabeça e é geralmente de curta duração. Quando os sintomas da aura aparecem em conjunto com a dor de cabeça, eles geralmente ocorrem entre a fase inicial e a fase de pico da dor da enxaqueca.
A enxaqueca é considerada retiniana quando os sintomas visuais ocorrem em apenas um dos olhos. Os sintomas da enxaqueca retiniana tendem a ser mais fortes que os sintomas da aura e incluem diminuição da visão, aparecimento de luzes cintilantes e cegueira temporária. Essas crises podem ser assustadoras, mas na maioria dos casos elas são inofensivas e de curta duração. Algumas pessoas sofrem de enxaqueca retiniana a cada poucos meses, embora a frequência possa variar.
A enxaqueca com aura acontece como resultado de atividade elétrica anormal envolvendo certas regiões do córtex (superfície externa) do cérebro. Esse fenômeno é chamado de depressão alastrante cortical e é causado quando os neurônios iniciam uma atividade rápida, gastando muita energia e exigindo muito fluxo sanguíneo. Após esse pico, quando a atividade cerebral volta ao normal, os neurônios precisam de sangue. Essa sequência de intenso funcionamento de alguns pontos do córtex cerebral, seguido de baixa atividade, podem causar a aura em si, já que o alto e baixo fluxo sanguíneo cerebral pode causar como efeito colateral os sintomas físicos e sensitivos comuns nesta enxaqueca.
A enxaqueca retiniana pode ser causada pelo mesmo tipo de distúrbio ou pelo estreitamento dos vasos sanguíneos oculares, resultando na redução do fluxo sanguíneo para a retina. Outros fatores podem contribuir para o aparecimento deste tipo de enxaqueca, como: estresse, pressão alta, uso de pílulas anticoncepcionais hormonais, alta altitude, desidratação e baixo teor de açúcar no sangue. Existe um pequeno risco de que o fluxo sanguíneo reduzido possa danificar a retina e os vasos sanguíneos do olho, por isso o acompanhamento médico é necessário quando as crises acontecem em curtos espaços de tempo.
Como na maioria dos casos as crises são de curta duração e geralmente se resolvem por conta própria, a enxaqueca ocular normalmente não requer tratamento. Nos raros casos em que esses sintomas continuam a se repetir regularmente e interferem na qualidade de vida, o tratamento é feito com medicações que reduzem a frequência e a gravidade dos ataques. O tratamento geralmente é iniciado em consulta com um clínico geral ou neurologista.
Se você tiver distúrbios visuais que são parte de uma enxaqueca com aura, ou se quiser evitar futuras enxaquecas oftálmicas ou crises de enxaquecas, o ideal é consultar seu médico geral para um exame e orientação. Além disso, você deve considerar fazer um exame oftalmológico sempre que sentir alterações na visão para descartar condições que ameacem a saúde ocular.
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