No início desse ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou o novo manual de orientação em relação ao tempo de exposição às telas de crianças e adolescentes. O manual visa promover a saúde e o bem-estar dos pequenos em contato constante com tecnologias digitais, como smartphones, computadores e tablets.
Vários estudos têm demonstrado a urgência desse tema para a sociedade devido aos riscos envolvidos no desenvolvimento de transtornos de saúde mental e problemas comportamentais. A dependência digital já tem até CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).
Quais foram as recomendações?
Quais são as consequências para a saúde da criança e do adolescente?
As experiências adquiridas por meio das telas – como a agressividade e intolerância manifesta nos jogos e redes –, se não forem melhor reguladas, terão impacto no comportamento e estilo de vida até a fase adulta.
Entre os principais problemas médicos que podem afetar a saúde da população pediátrica, estão:
Quais as consequências para os menores?
Um hábito cada vez mais frequente é oferecer para o bebê o celular utilizado pelos pais, como uma forma de distração passiva. O olhar, a expressão facial, todo esse contato com a família é fundamental para os bebês. Uma fonte presencial de atenção e estímulos não deve ser trocada por telas e tecnologias e é fundamental para o desenvolvimento da linguagem, da cognição e interação social. Atrasos nessas áreas são muito comuns em bebês que ficam passivamente expostos às telas por muito tempo.
E quais as consequências para a visão?
Já discutimos muito por aqui sobre as repercussões negativas das telas para a saúde visual das crianças. Sabemos que quando se trata de problemas oculares como a miopia, contra os fatores genéticos, por enquanto ainda não conseguimos lutar. Mas diante de todos os estudos mostrando a influência do ambiente sobre o erro refrativo, podemos sim tomar medidas que ao menos reduzem a chance e velocidade de progressão.
Estudos mostram que atividades em ambientes fechados e com foco para perto podem estimular o desenvolvimento e a progressão da miopia em pessoas geneticamente predispostas.
Quanto maior o tempo gasto em atividades em ambientes externos, menor o risco de progressão e desenvolvimento desse erro refrativo. Por isso, quando se trata da população infantil, que ainda se encontra em crescimento, é fundamental trabalharmos nos meios comportamentais! Para a miopia, jogar bola é com certeza melhor do que os jogos no iPad ou celular!
Para conferir o manual da SBP na íntegra, clique aqui: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22246c-ManOrient_-__MenosTelas__MaisSaude.pdf
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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