O estrabismo é a perda do paralelismo entre os olhos. Existem, basicamente, três formas de estrabismo; o convergente (desvio dos olhos para dentro), o divergente (desvio para fora) ou vertical (um olho fica mais alto ou mais baixo do que o outro). O desvio ocular pode ser constante ou intermitente (apresentar períodos de alinhamento e períodos de desvio).
O estrabismo ocorre em 2 a 4% da população e a maioria não tem uma causa conhecida específica, sendo resultado de uma alteração do controle neuromuscular dos movimentos oculares. Apresenta um caráter hereditário irregular, ou seja, pode pular algumas gerações. Outros estrabismos são secundários a algumas doenças como diabetes, desordens da tireoide, afecções neurológicas e traumas.
O desvio ocular que se inicia na idade adulta ou em crianças maiores pode causar visão dupla. Em crianças abaixo de 7 anos, o desvio ocular pode levar ao que chamamos de ambliopia (visão preguiçosa). Quando os olhos estão desalinhados, cada olho leva uma imagem diferente ao cérebro. Em crianças pequenas, ocorre um mecanismo de defesa contra a visão dupla, e a imaturidade do sistema visual permite que o cérebro cause um embaçamento no olho desviado, causando ambliopia.
O oftalmologista especializado em estrabismo é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar todos os casos de estrabismo.
Dependendo do tipo de estrabismo, pode-se tratar com o uso de óculos, tampão, exercícios ortópticos, toxina botulínica, prismas ou cirurgia dos músculos extraoculares.
Óculos: muitas pessoas apresentam o que chamamos de componente refracional no estrabismo, ou seja, o estrabismo pode ser parcial ou completamente corrigido com o uso de óculos/lentes de contato/ cirurgia refrativa. É mais comum naqueles que apresentam hipermetropia associada. Quando ainda houver desvio, mesmo com os óculos, esse desvio residual pode ser corrigido através de cirurgia. Se os olhos ficarem alinhados com os óculos, não há indicação cirúrgica, e o tratamento resume-se ao uso da correção óptica.
Tampão: a oclusão ocular é muitas vezes associada ao tratamento do estrabismo. Muitas pessoas confundem seu objetivo, que não é o de tratar o estrabismo, mas sim melhorar o potencial de fixação visual, podendo, assim, melhorar o controle do estrabismo.
Exercícios ortópticos: funcionam como uma fisioterapia da musculatura ocular. São indicados em alguns tipos de estrabismo de pequeno ângulo, especialmente os divergentes e, algumas vezes, na recuperação após cirurgia de estrabismo.
Toxina botulínica tipo A: o Botox® causa um enfraquecimento químico dos músculos. Ele provoca uma paralisia temporária do músculo e é indicado em alguns casos específicos de estrabismo, como, por exemplo, os estrabismos por paralisia muscular.
Prismas: não tratam o estrabismo em si, mas sim o desconforto causado por esse. São adaptados nas lentes dos óculos e melhoram a diplopia (visão dupla), causada por estrabismos pequenos.
Cirurgia de estrabismo: corrige o desalinhamento ocular. Ela envolve o enfraquecimento ou fortalecimento de um ou mais músculos extraoculares em um ou nos dois olhos. Os músculos estão situados na parte de fora do globo ocular, assim, a cirurgia de estrabismo não envolve procedimento dentro do olho.
As incisões cirúrgicas são feitas na conjuntiva, isto é, na parte exposta do olho ou, no caso de cirurgia minimamente invasiva (via fórnice), por dentro da pálpebra. Não há incisão ou cicatrizes na pele e a recuperação em geral é rápida, podendo o paciente voltar às atividades (escola, trabalho) em 3 a 7 dias após a cirurgia.
Como todo procedimento cirúrgico, envolve riscos, que incluem infecção, edema das pálpebras, visão dupla transitória, necessidade de retoque cirúrgico… Mas, em geral, os riscos são mínimos.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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