O estrabismo é uma doença que extrapola as condições físicas do paciente para impactar também a vida emocional e psíquica de quem vive com ela. Muitas doenças têm essa característica e, no universo da oftalmopediatria, essa é particularmente desafiadora.
Digo isso porque a criança ou mesmo o adulto com desvio ocular está sujeito a discriminação e preconceito que podem acarretar efeitos psicológicos e/ou sociais sérios. Afinal, ainda vivemos em um mundo em que as pessoas têm dificuldades de lidar com as diferenças. Nessa lógica, quem é mais diferente tende a ser estigmatizado.
Mais do que isso, já é tempo de entendermos que cuidados com a saúde exigem também atenção à vida emocional. O estrabismo é um dos problemas que, infelizmente, pode levar a quadros depressivos quando não é diagnosticado e tratado corretamente.
No mês passado, publicamos na Revista Brasileira de Oftalmologia um estudo mostrando os efeitos do estrabismo na qualidade de vida das crianças. E o resultado é surpreendente! Desde muito cedo, além das consequências visuais, o estrabismo traz consequências emocionais, afeta a autoestima, afeta o relacionamento com os coleguinhas na escola, etc.
Por isso, é muito importante que a família esteja atenta e ofereça todo o suporte aos pequenos durante o tratamento. Em caso de dúvida, não deixe de buscar o seu oftalmopediatra de confiança. Estrabismo não é só questão de estética!
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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