Conjuntivite Neonatal

4 de outubro de 2018
conjuntivite neonatal

A conjuntivite neonatal é a inflamação da conjuntiva (camada esbranquiçada mais externa dos olhos) no primeiro mês de vida. Sim, é possível um recém-nascido ter conjuntivite!

Toda conjuntivite em bebês nas primeiras semanas de vida deve ser avaliada por um oftalmologista. O bebê apresenta sintomas como vermelhidão, secreção amarelada/esverdeada (pús) nos olhos, lacrimejamento constante e edema (inchaço) das pálpebras.

O que causa a conjuntivite neonatal?

  1. Conjuntivite química: muitas vezes o processo inflamatório da conjuntiva pode ser uma reação ao nitrato de prata instilado nos olhos do recém-nascido ainda na sala de parto, como prevenção à infecções. Em geral a conjuntivite química resolve em poucos dias e não requer tratamento. Com os colírios atuais, é cada vez mais rara sua ocorrência;
  2. Conjuntivite infecciosa: adquirida no canal do parto. Causada por:
    1. Clamídia: pode causar tanto conjuntivite como pneumonia no bebê;
    2. Gonococo (a bactéria causadora da gonorreia): é um dos quadros mais graves de conjuntivite e, se não tratada adequadamente, pode levar à perda visual;
    3. Herpes.
  3. Obstrução do canal lacrimal: a causa mais comum de conjuntivite neonatal. O canal lacrimal comunica o olho com a cavidade nasal. Muitos bebês podem nascer com esta passagem obstruída, ocasionando dificuldade na drenagem de lágrima e acúmulo de líquido na via lacrimal. O bebê tem lacrimejamento frequente e, muitas vezes, a própria bactéria da pele (estafilococo) é responsável por processos infecciosos de repetição. Mais de 90% dos casos de obstrução de vias lacrimais são resolvidos com massagem e higiene antes do primeiro ano de vida. O oftalmopediatra orienta exatamente o sentido e a pressão que devem ser exercidos durante a massagem.

O que fazer se meu bebê recém-nascido estiver com conjuntivite?

Em primeiro lugar, procure por um oftalmologista, ele dará as instruções sobre como proceder com seu pequeno. Na maioria das vezes, o tratamento é feito somente com colírios específicos. Dependendo do quadro clínico, pode ser necessária coleta da secreção ocular para avaliação do agente causador por meio de cultura. Muitas vezes, medicações via oral ou endovenosas podem ser necessárias.

De qualquer forma, mantenha o bebê afastado de outras crianças e troque a roupa de cama e toalha de banho diariamente. Mantenha os olhinhos limpos e sem secreção, higienizando com lenço e soro fisiológico. Mantenha o tratamento recomendado pelo Oftalmopediatra e finalize a medicação, mesmo que a secreção tenha melhorado, pois pode haver recidiva do quadro!

Dra. Dayane Issaho

Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.

CRM-PR 27.045 / RQE 2874

outras postagens

Entre na nossa lista

Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail

E-mail cadastrado com sucesso

Entre na nossa lista

Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail

E-mail cadastrado com sucesso

Pin It on Pinterest