Você já deve ter visto alguma vez uma pessoa com desvio ocular, o que chamamos de estrabismo. Cerca de 4% da população apresenta esse problema. O estrabismo é causado quando ocorre um desequilíbrio nas forças dos músculos que comandam os movimentos dos olhos, os músculos extraoculares. Este desequilíbrio pode fazer com que os olhos desviem para dentro (estrabismo convergente), para fora (estrabismo divergente), um para cima e outro para baixo (estrabismo vertical). Existem algumas opções de tratamento para o desvio ocular, dependendo da causa e tipo, e a cirurgia é uma das principais opções terapêuticas.
Como é realizada a cirurgia de estrabismo?
A cirurgia de estrabismo é realizada através da mudança da posição dos músculos extraoculares ou de seu encurtamento. Tradicionalmente, é realizada através de uma incisão na conjuntiva com cortes radiais ao limbo. Esse método convencional requer ao menos 4 pontos de sutura para o fechamento da conjuntiva.
O que é a técnica fórnice?
Uma técnica nova, conhecida como técnica fórnice ou cirurgia minimamente invasiva, tem sido oferecida em alguns centros de oftalmologia no Brasil (sendo Curitiba um deles) para tratar o estrabismo de crianças e adultos jovens.
O grande diferencial da técnica fórnice é o tamanho da incisão na conjuntiva, que é muito menor do que a realizada na técnica convencional, o que proporciona muito mais conforto e uma recuperação mais rápida no pós-operatório. Essa técnica foi desenvolvida pelo Dr Marshal Parks nos Estados Unidos na década de 80 e, desde então, tornou-se a mais popular entre os cirurgiões de estrabismo norte-americanos para pacientes abaixo de 40 anos.
As vantagens da cirurgia com incisão fórnice são:
Existe diferença entre as técnicas no sucesso da cirurgia?
A longo prazo, não há diferença no alinhamento ocular se compararmos a técnica tradicional (limbar) com a minimamente invasiva, já que o procedimento realizado na musculatura extraocular é o mesmo. As duas técnicas corrigem com a mesma eficácia o desvio dos olhos, no entanto, os benefícios dessa nova técnica devem ser levados em consideração. Menos inflamação, menos pontos e menos desconforto no pós-operatório são aspectos muito positivos, especialmente quando se trata da recuperação de crianças.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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