Você sabia que crianças com síndrome de Down apresentam muito mais alterações oculares do que as outras crianças? A começar pela fenda palpebral oblíqua, que é característica da síndrome.
Outras doenças oculares frequentes nas crianças portadoras de síndrome de Down incluem:
Catarata: a catarata é uma condição muito mais frequente em idosos, mas pode ocorrer em crianças também. O cristalino, que é a lente natural do olho, fica opaco, atrapalhando a qualidade visual. A catarata infantil é mais observada em crianças com Down do que nas outras crianças;
Nistagmo: que é o tremor dos olhos. É frequentemente observado em crianças com alterações neurológicas. Também é uma condição que pode atrapalhar a qualidade visual devido aos movimentos repetitivos dos olhos;
Megalocórnea: é um aumento no diâmetro da córnea. O que observamos são olhos grandes, com a parte colorida do olho aumentada;
Erros refrativos: condições como astigmatismo, hipermetropia e miopia são muito mais frequentes nos pequenos com síndrome de Down;
Estrabismo: desvios oculares para dentro, para fora ou mesmo verticais;
Ceratocone: é uma alteração que torna a córnea mais “bicuda”, em formato de cone. Atualmente é a principal indicação de transplante de córnea;
Obstrução das vias lacrimais: lacrimejamento é uma condição muito frequente nos portadores de Down. Muitas vezes o canal lacrimal, que comunica os olhos com o nariz, realmente está obstruído e requer tratamento (a sondagem de vias lacrimais é uma das opções terapêuticas). Na grande maioria das vezes o que ocorre é que esses pacientes possuem uma hipotonia generalizada, ou seja, a musculatura de todo o corpo é mais flácida, incluindo a musculatura palpebral. Os músculos das pálpebras ajudam na drenagem da lágrima e, se estiverem mais flácidos, vão ocasionar acúmulo de lágrima nos olhos. Por isso é muito comum que portadores de Down estejam com os olhos “molhados”, “marejando”;
Blefarite: é a inflamação do bordo palpebral. Observamos o bordo palpebral avermelhado, com “casquinhas”, coçando…
Por tudo isso é que essas crianças necessitam de atenção especial desde cedo. Recomenda-se uma consulta com o oftalmopediatra já nos primeiros 6 meses de vida para que qualquer alteração possa ser acompanhada e tratada na época certa.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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