Vivemos atualmente na era da tecnologia. Cada vez mais, crianças e adolescentes trocam as atividades outdoor por horas na frente do computador, televisão ou jogos eletrônicos. Além de afetar a rotina e o sono, causar déficit de atenção e alterar o comportamento social, o uso excessivo de tecnologias eletrônicas pode afetar a visão.
A miopia, por exemplo, é uma patologia que está associada ao esforço acomodativo, ou seja, ver coisa pequenas de perto, ou em ambientes escuros. Se os pequenos passarem muito tempo em ambientes escuros jogando ou vendo TV, em frente ao computador, tablet ou celular, o sistema neurológico entende que o importante é a visão de perto, e esta vai ficando cada vez melhor, em detrimento da visão de longe, que fica cada vez pior. Isso é a miopia, baixa visão para longe, boa visão para perto. O uso excessivo da visão para perto é, entre outros fatores, como o genético, um estímulo para o desenvolvimento da miopia.
Além da miopia, o excesso de uso das tecnologias eletrônicas faz com que a pessoa se concentre e pisque menos, criando sintomas de irritação e vermelhidão ocular, coceira, olho seco, cansaço nos olhos, etc.
Estima-se que hoje as crianças nos Estados Unidos passem mais de cinco horas, todos os dias, assistindo TV ou usando o computador. A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria sugerem que bebês entre 0 e 2 anos não devem ter qualquer exposição à tecnologia, crianças de 3 a 5 anos devem ter acesso restrito a uma hora por dia e crianças de 6 a 18 anos devem ter acesso restrito a 2 horas por dia.
É claro que devemos estimular as crianças a se dedicarem à leitura e aos estudos, mas as atividades ao ar livre devem fazer parte da rotina diária. Os esportes influenciam não somente na prevenção da miopia, mas também da obesidade, diabetes, hipertensão, além de melhorar a interação social. O ideal é passar de duas a três horas diárias em ambientes externos, o que inclui brincadeiras, esportes, lazer, caminhadas de ida e volta da escola, passeios com o cachorro, etc.
Além disso, é importante levar seu filho para uma avaliação oftalmológica já no primeiro ano de vida e depois anualmente. É importante ainda restringir o tempo de uso dos aparatos tecnológicos e estimular as brincadeiras ao ar livre.
Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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