Imagine a seguinte situação: você está tranquilo na sua casa ou no seu trabalho quando passa por um espelho e observa uma mancha vermelha, como se houvesse sangue nos seus olhos. O que aconteceu? Na maioria dos casos está tendo um derrame ocular, também chamado de hemorragia conjuntival.
O derrame ocular, tecnicamente conhecido como hiposfagma, é a ruptura de vasos sanguíneos que estão na conjuntiva, que é a película esbranquiçada que cobre a parte externa dos olhos, denominada esclera.
Na conjuntiva e na esclera podemos encontrar estreitos vasos por onde flui o sangue. Por ser um problema externo e não interno aos nossos olhos, o derrame ocular não afeta a visão, e na maioria dos casos não requer tratamento, pois é absorvido de forma natural pelo próprio organismo em um prazo de 7 a 15 dias, da mesma forma que um hematoma em outras partes do corpo.
A mancha de sangue no olho apesar de ter um aspeto que pode ser bastante desagradável e assustador, não provoca habitualmente alterações na visão e não existe dor ocular.
Sem apresentar sintomas mais sérios, o derrame ocular às vezes pode ser associado a ardência, coceira, leve irritação ou realmente só é percebido pelo paciente quando ele se olha em um espelho, ou algum amigo ou parente lhe fala sobre a presença de sangue nos olhos.
Dificilmente conseguimos apontar uma causa em específica. Na maioria dos casos o que se percebe é que alterações na coagulação sanguínea, aumento da pressão arterial, tosse, espirros, esforço físico, infeção e inflamação ocular, pequenos traumas (como coçar os olhos) ou até mesmo vômitos podem provocar o sangramento.
Apesar de parecer inofensivo e ser absorvido pelo próprio organismo, é importante SIM ir ao oftalmologista para que se confirme o quadro de hemorragia conjuntival. É necessário descartar outras alterações oculares graves. Durante a consulta o oftalmologista realiza um exame com microscópio (lâmpada de fenda) para confirmar que o sangramento ocorreu apenas na parte externa do olho.
Ele prescreverá colírios que aliviam o desconforto que pode ser causado pelo derrame e, quando necessário, irá fazer um acompanhamento do paciente para garantir que esse sangue seja absorvido pelo organismo, sem deixar qualquer sequela.
Em geral, o recomendado são compressas geladas nos primeiros dias e colírio lubrificante em caso de desconforto.
Dr. Peter é formado pela Universidade Federal do Paraná e tem especialização em Oftalmologia pelo Hospital de Clínicas do Paraná. É mestre em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo. Se aperfeiçoou no Brasil e no exterior em Cirurgia de Catarata a Laser e Cirurgia Refrativa. É colaborador do serviço de residência do Hospital de Olhos do Paraná, onde atua como médico preceptor e cirurgião. Dedica-se ao aperfeiçoamento científico estando atualizado na comunidade científica e participa dos maiores congressos na área.
CRM-PR 25.014 / RQE 17417
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail
Junte-se a nossa lista para receber dicas sobre oftalmologia por e-mail