Essa é uma dúvida muito comum entre os pacientes que nos buscam no consultório interessados em cirurgia de estrabismo. Muitos até relatam que deixaram de tratar o desvio por falta de informação, por receio de que a cirurgia não conseguisse corrigir todo o problema ou o estrabismo pudesse voltar no futuro.
A cirurgia de estrabismo, considerada um procedimento de baixo risco, envolve o reposicionamento da musculatura que fica ao redor do globo ocular. Na avaliação do paciente com estrabismo, o oftalmologista faz um exame oftalmológico completo, incluindo avaliação do potencial de visão, medida do desvio e avaliação da visão 3D (visão em profundidade). A partir desta avaliação é decidido o melhor tratamento para o estrabismo, que pode ou não ser cirúrgico.
Nos casos de cirurgia, decidimos após a medida do tamanho do estrabismo quais músculos serão operados e o quanto cada músculo extraocular deverá ser enfraquecido ou fortalecido. A cirurgia envolve o reposicionamento ou o encurtamento dos músculos, o que é definido a partir de tabelas. Estas tabelas predizem o resultado cirúrgico para a maior parte da população, no entanto, alguns pacientes podem não responder de acordo com o previsto nas tabelas.
O estrabismo pode sim voltar a ocorrer após uma cirurgia, mas isto não acontece na maioria dos pacientes! A recidiva pode ocorrer logo em seguida ou anos após a primeira cirurgia e o paciente então necessitar de retoque.
Os músculos nos quais a cirurgia de estrabismo é realizada são dinâmicos e em geral existe uma chance de 10 a 30% de necessidade de novo procedimento, dependendo do tipo de desvio.
Fatores como boa acuidade visual em ambos os olhos, bom desenvolvimento neurológico e ausência de outras alterações visuais aumentam a chance de sucesso com um único procedimento.
Mas não se preocupe, mesmo ocorrendo na minoria dos casos, se um segundo procedimento for necessário, ele pode e deve ser realizado! A chance de sucesso após uma nova cirurgia é geralmente maior.
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Paciência e carinho com as crianças são algumas das características da Dra Dayane Issaho. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Universidade Federal do Paraná em 2013. Em 2014 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de outro fellowship nas áreas de Estrabismo e Oftalmologia voltada para crianças no Children’s Medical Center da Universidade do Texas (UT Southwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo. Em 2018 concluiu Doutorado e em 2020 pós-doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Universidade Federal de São Paulo.
CRM-PR 27.045 / RQE 2874
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